Abengoa é uma empresa internacional de tecnologia, cuja principal atividade centra-se no desenvolvimento sustentável nos setores de infraestrutura, ambiente e energia. O projeto para o Campus Palmas Altas (CPA) – por Rogers Stirk Harbour + Partners e Vidal y Asociados arquitectos – visa criar um novo modelo de parque empresarial, que não é apenas mais compacto e urbano no caráter de um parque empresarial convencional, mas que também, particularmente, é adequado para as condições extremas de verão prevalentes no sul da Espanha.
CPA é composta por sete edifícios, disponibilizando aproximadamente 47.000 m² de espaço para escritórios de áreas compactas em estruturas autossuficientes de 3-5 andares de altura. Os edifícios estão dispostos em volta de um espaço central que é constituído por uma sequencia de praças interligadas. Cinco dos edifícios formam o complexo Abengoa’s HQ, incorporando investigação e desenvolvimento, assim como todas as instalações administrativas. Os dois edifícios restantes oferecerá escritórios de alta qualidade para acomodar uma série de outros inquilinos que possuam sinergia com Abengoa.
Com a nova sede, a empresa estava interessada em maximizar a comunicação e o intercâmbio entre as várias divisões do Abengoa Group. Assim, o espaço central unifica os sete edifícios e – ao mesmo tempo, devido à disposição escalonada – cria uma sequencia de espaços discretos, cada um com suas ligeiras peculiaridades. Desta forma, a variedade de espaços livres, desde pátios que abrigam jardins e terraços, é criada – dependendo das condições climáticas predominantes – para ser confortavelmente ocupada por todo o ano. A organização destes espaços visa reduzir a carga de calor na estrutura do edifício e evita a criação de ilhas de calor – especialmente importantes em Sevilha, no extremo calor do verão. A massa visual é discriminada pelo paisagismo nos espaços entre os prédios
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Foram escolhidas as cores que refletem as cores encontradas em tradicionais azulejos da região de Andalucía – principalmente o azul cobalto para o lado inferior das grelhas de vidro (a face superior é branca para refletir a luz), o amarelo esverdeado para as escadas externas e os painéis vermelhos aos pavilhões. A estrutura de cada edifício é formada por um concreto moldado in loco com elementos pré-moldados utilizados para eixos expostos em balanço. As fachadas são de vidro com um “flutuante” travessão horizontal de alumínio criando um pequeno painel de vidro no térreo. Este tem como objetivo maximizar a entrada de luz, que é refletida na superfície do piso, reduzindo o brilho na tela. Grelhas fixas de vidro de diferentes densidades (dependem da orientação) sombreiam as vidraças.
O critério para poupar energia é aplicado por todo o projeto – a partir da implantação e a orientação do campus até a geometria dos próprios edifícios, o desenho do envelope e a seleção dos materiais. As medidas incluem painéis fotovoltaicos, uma usina de trigeração, baterias de hidrogênio, uma roda de Stirling e sistema de feixe refrigerado. A concepção dos edifícios individuais e suas disposições lineares maximizam o auto-sombreamento, reduzindo assim a quantidade de sombreamentos secundários exigido. O esquema é o primeiro a ser pré-certificado com o LEED “Platinum” na Europa.
O brief da competição estabelecia um orçamento exigente de construção, de €848 por m² assim no início do projeto identificamos uma série de elementos que consideramos fundamental, a fim de que o “orçamento” não limitasse os recursos disponíveis. Estes elementos compreenderam as “superfícies” primárias que definiram os espaços de trabalho internos e os espaços comuns externos: o teto falso, as fachadas, as pontas em balanço, a pavimentação externa para a praça e os espaços públicos do térreo. Os outros elementos do edifício adotam uma forma muito básica e econômica de construção.
Uma vez que a construção estava em curso, RSHP foi capaz de assegurar algum financiamento adicional para o sistema de feixe refrigerado com base numa análise detalha do ciclo-de-vida e custos que demonstraram que os gastos seriam recuperados dentro do tempo de vida do sistema.
Para a praça, o objetivo era criar um espaço que conjuga o espaço do térreo, mesmo que ele seja, em fato, uma plataforma elevada. As pequenas mudanças nos níveis que trabalham pela praça quebram com toda a série de espaços menores. Assim como divide o local, e assim fornece segurança para Abengoa, uma fissura cria um corte que atravessa o meio da praça. Isto permite que a luz natural entre nos ambientes sociais localizados abaixo do deck. Como única área do local que não possui nenhum prédio nela ou abaixo dela, a fissura permite um plantio de grandes palmeiras maduras.
Trabalhando com o fabricante, o desenho do revestimento foi adaptado para permitir que fosse modular. Esta abordagem simplifica significativamente um programa de construção de demanda extrema e o período a partir da fundação até a mudança do presidente da companhia para seu escritório foi de apenas 20 meses.
O projeto da CPA foi configurado para otimizar os benefícios do clima local, criando espaços externos atrativos onde pessoas que trabalham ou que estejam visitando os escritórios possam se conhecer. Ele também suporta a visão da empresa para estabelecer novos métodos de trabalho, similares a este que existe em várias partes da Europa e América do Norte (onde 50% da força de trabalho da Abengoa está localizada). Uma vasta gama de amenidades – incluindo restaurantes, creche, instalações de cuidados médicos e um ginásio, assim como áreas abertas para caminhar e descansar – ajudarão a melhorar a qualidade de vida das pessoas que as usarem.
- Cliente: Centro Tecnológico Palmas Altas S.A
- Orçamento: $132,000,000 Euro
- Anos de Projeto: 2005-2009
- Anos de Construção: 2007-2009